”Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra.” (Ne 2 :18b)
Lendo o livro de Neemias você verá a história de um homem que foi chamado por Deus para reconstruir os muros da sua cidade Jerusalém, posteriormente foi o governador da mesma. A situação que chega até os ouvidos de Neemias pelo seu irmão Hanani é que: “Os restantes, que não foram levados para o exílio e se acham lá na província, estão em grande miséria e desprezo; os muros de Jerusalém estão derribados, e as suas portas, queimadas. ” (1:3), a cidade está aberta a investida de qualquer inimigo e as famílias enfrentam constantes ameaças e ataques.
Os muros em volta da cidade significavam proteção, segurança, longe dos inimigos. Em cima das muralhas estavam as torres dos vigias que tocavam a trombeta e alertavam o povo se algum inimigo viesse contra eles. Os muros permitiam a permanência e o crescimento do povo em comunidade, harmonia, famílias fortes e longe dos inimigos.
As portas queimadas significavam a falta do poder judiciário pois eram nas portas onde se julgavam as questões do povo, isto é, sem lei régia, sem direção, sem normativas para os conduzir, totalmente sem direção e perdidos.
Jerusalém já há mais de 140 anos era palco de ataques, investidas e miséria por estar naquela situação, sem proteção à mercê do inimigo, se os muros significavam proteção, a cidade estava vulnerável e exposta ao menor dos inimigos, se significava segurança, não havia sequer uma torre que alertasse contra qualquer ataque, ainda mais, imperava a miséria e fome. Se não bastasse a miséria, pior que isso é o desprezo que este povo sentia na pele, desprezado por todos os outros povos vizinhos.
Neemias um líder com o coração dirigido por Deus “…e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. ” (1:4) reuniu o povo, orientou-os “...reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio…. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra. ” (2:17,18). Oração e ação, Neemias sabe falar com Deus, pedir a direção de Alto e agir, pedir ao Rei recursos para fazer a obra, reunir o povo e se colocar adiante do povo. No capítulo 3 temos a disposição e a estratégia de Neemias para cada família; que se colocassem em posição ao longo dos muros, cada qual deveria reconstruir o seu próprio local e ajudar na reconstrução até que toda muralha fosse fechada para que a cidade pudesse uma vez mais estar segura e protegida, veja; ao lado dele, junto com ele, junto a este, sempre ao lado dele. União, cooperação e disposição.
A tarefa era árdua quase impossível, o cenário era estonteante e aterrorizante. Haviam muitos que se opunham à obra, muitos ridicularizavam, zombavam de Neemias e daqueles que se aliaram a ele (4:2,3) para a reconstrução. Se não bastassem os inimigos de fora, a maior oposição foram os de dentro, os “sambalates” e os “tobias” sempre aparecem com um ar de desprezo e escarnecendo da boa obra que o Senhor está para fazer. Estas palavras não entraram no coração deste homem dirigido por Deus, “…uma raposa vai destruir este muro. ” (4:3), absolutamente não! Neemias sabe onde está sua meta, seu alvo, e nada o detêm, nada tira a sua atenção, ele diz; “…estou fazendo grande obra, de modo que não poderei descer; ” (6.3).
O cenário hoje na família não é diferente. Temos a desintegração dos lares, famílias inteiras totalmente bombardeadas pela separação, pelas brigas, casamentos destruídos por traições e rebeliões a ponto de mortes e pior que isso, famílias inteiras sozinhas, vulneráveis sem qualquer esperança, sem saber para onde ir ou o que fazer, separadas e desamparadas expostas aos “cuidados” do mundo. Os muros estão derrubados, queimados e expostos aos problemas que atingem os lares, verdadeiros montões de entulhos, o que restou daquilo que um dia foi chamado “família”. Hoje cada qual enfrenta suas próprias batalhas isoladamente, sem a proteção coletiva que era proporcionada por uma muralha forte.
Agora chegou o tempo de reconstruir essa muralha! Exatamente como nos dias de Neemias, Deus está separando e ungindo famílias para se reagruparem e restaurarem com firmeza e segurança os lares da nossa terra, mais ainda, homens e mulheres dispostos a empunhar uma arma em uma das mãos e com a outra edificar os muros derribados (4:16,17). Aquelas famílias não somente se devotaram ao trabalho de reconstrução, mas também estavam completamente comprometidos a lutar contra o inimigo, caso fosse necessário.
Quando vivemos de acordo com o plano de Deus, vivenciando as suas palavras, seus ensinamentos e os seus princípios, construímos uma sebe de proteção forte e saudável em volta do nosso casamento e do nosso lar. Nossos filhos têm um lugar seguro e saudável onde habitar. Casamentos e famílias fortes trazem força para uma cidade, para uma comunidade, para a Igreja. Família fortes bem estruturadas proporcionam proteção coletiva para nossa Igreja e nossa cidade.
Hoje estes “muros” compostos de famílias fortes são sinônimo de proteção, uma muralha intransponível, e é a Palavra de Deus a Bíblia Sagrada que nos dá a direção, um projeto para a construção ou reconstrução destes “muros”.
A palavra de Deus também estabelece limites, medidas padrão de proteção, diretrizes, planos e metas. Muitos hoje querem proteção, porém desprezam os limites, as regras, os ensinos.
Vivemos numa época em que cada um faz o que entende que é certo, a seus próprios olhos, debaixo daquilo que chama de “eu acho que é assim”. Guiados pelos seus “achismos” – próprios pensamentos, muitos na ignorância das Escrituras ou mesmo obstinados, se recusam a submeter-se a Palavra de Deus, assim trazendo sérias consequências sobre si e toda sua casa. Se a Palavra de Deus diz; “…serás salvo tu e a tua casa” (At.16:31), perde-se tu e a tua casa por negligenciar os mandamentos do Senhor. O homem guiado pelos seus próprios pensamentos pende ao pecado, ao erro, a separação de Deus e longe da sua proteção. Cidades inteiras refletem essa rejeição do Plano salvífico de Deus tendo consequências catastróficas.
Muitos se sentem como as pedras queimadas que Sambalá disse que nunca poderiam ser usadas para construir uma muralha forte (4:2). Esta é a voz do seu inimigo a qual não devemos prestar atenção muito menos dar ouvidos à estas palavras.
O Senhor Jesus tem grandes planos para você e quer reconstruir em força e poder toda sua casa. À medida que você se submete ao projeto de Deus aceitando tanto os seus ensinamentos como seus preceitos, seu casamento, seu lar vai sendo transformados.
Apenas brechas em seus muros? Pequenas áreas de erosão que estão começando a romper-se e você reconhece a necessidade de fortalece-las? É momento de reconstrução em Deus e com Deus, um Engenheiro e um Construtor que nunca falha. Não há melhor época de começar a reformular áreas da vida quando os problemas são primeiramente reconhecidos. As suas pedras ainda não estão queimadas, a porção da muralha ainda não ruiu. Pequenos ajustes aqui e acolá vão firmemente estabelecer o seu casamento na Rocha e solidificar a proteção da sua muralha, da sua família.
Um casamento forte, estabelecido e alicerçado na Palavra pode com certeza ajudar muitos outros casais. A solidez e estabilidade da sua parte na muralha é de vital importância para outros casais. É difícil ajudar outras pessoas se a parte que nos cabe está desestruturada, quebrada, trincada a ponto de desmoronar.
Conhecendo as ferramentas que a palavra de Deus nos oferece fortalecemos não só o nosso casamento, mas nos dá a capacitação para ajudar outros casais a restaurar e consolidar seus lares.
Qualquer que seja a situação do seu casamento e do seu lar hoje, você pode ser abençoado e se tornar um abençoador, crescendo ainda mais no Senhor através de um entendimento e aplicação de seus projetos para o seu casamento e sua família.
Neemias encorajou o povo, “Não os temais; lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas vossas mulheres e vossa casa” (4:14). Nunca tal chamado para batalhar foi tão necessário como hoje. O som da trombeta pode ser ouvido na terra (4:20) e o Senhor está dizendo, um imperativo; “ Reconstruí! ”
“Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinquenta e dois dias”. (6.15). A destruição perdurou por mais de 140 anos e um homem guiado por Deus foi o instrumento para reconstruir toda obra em 52 dias, aleluias!
Bem-vindo família Filadélfia Suzuka! Reconhecemos que somos parte do exército que o Senhor levantou nesta hora para reconstruir e fortalecer nosso lar. Nossa oração constante por você é que o seu lar possa se tornar um lugar de paz e harmonia onde reine a alegria do Senhor. Estaremos juntos esta construção, nesta obra maravilhosa que o Senhor Jesus começa a realizar em sua vida!
“…porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra.” (6:16)
Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente.. ( I Tm.5:8 )
A Paz seja contigo.
Pr.José Marcos